Estanque rés

Vejo o Estado nos matar aos poucos (conduzindo-nos)

feito manadas de bois a caminho do abate,

um a um vejo meus amigos sucumbirem sem fala,

doentes, enlouquecidos, sujos de tinta e pó de giz.

Alguns loucos! Completamente loucos. Humilhados.

A perversa máquina do Estado fabrica um bando de pobre coitado,

regidos por mestres dopados a (Ritalina) ou outro fármaco qualquer,

sujeitos que se entopem de nicotina e álcool todos os dias

pra suportar em seu ócio o cansaço e o tédio,

como se isso fosse remédio, capaz de livrá-los do ódio e assédio diários.

E até se tornam diabéticos, hipertensos, neuróticos

enchendo a cara de antidepressivos pra tentar aliviar a barra

que é a rotina cotidiana nas escolas públicas de um modo geral,

tentando não cair na monotonia da máquina de fazer doido

que são as salas de aula de hoje em dia.

O Estado envia solene os seus soldados pra guerra

de pés descalços, barriga roncando e desarmados.

Depois os gratifica com um tapinha nas costas,

uma medalha de honra suja de sangue e uma aposentadoria desumana

em condições subumanas até para os mais miseráveis.

Pobres coitados! Não os professores, os alunos,

sempre subjugados e deixados à margem, impedidos de pensar.

A eles é privado um futuro decente, coerente com um projeto de vida

que lhes possibilite a sua plena inserção cidadã

e que seja verdadeiramente um escape pra fora da máquina.

Pra longe da maldade do sistema

que lentamente os molda e nos mata e os mata em contrapartida também.

Máquina cruel essa prensa de formar e desenformar gente,

realidade cruel essa nossa de escolher, selecionar e decidir

quem entra e quem sai da prensa.

#JWPapa #BahrBuddin #Educação

JWPapa
Enviado por JWPapa em 03/08/2017
Reeditado em 31/03/2018
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