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Episódios de escuridão...

Por isso, por tudo isso, por não mais suster o peso do braço, da cabeça, pelo corpo não responder aos meus comandos irrequietos e desejosos, por não ver além da turva névoa que tudo borra e escurece. Por não conseguir levantar ou andar eu me desmancho como água que escorregadia desliza a meio fio para um bueiro , como águas escorrem para um sumidouro.

Comer os frutos da terra já me tem desgastado a mandíbula. Tão logo, a vida verminosa há de me devorar num banquete igualmente inútil. Ou este fogo me consumir às cinzas. Não decifrei a vida?

Sinto o cheiro de cova aberta subindo às minhas narinas.

Alessandra Espinola

28/07/2017

Alessandra Espínola
Enviado por Alessandra Espínola em 02/08/2017
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