O Peixe Morreu Pela Boca

Que agressão! E a audácia!? O golpe do mestre desmanchou com o beijo de esquerda o serviço da moça, o riso falso, levando à queda em câmera lenta, quebrando o nariz que ela tinha traçado em substituição ao original para “inglês ver”.

Pelo beijo, lascivo e despudorado, o guerreiro injetou a energia que lentamente foi paralisando a fêmea, como aranha inoculando a presa em sua teia com o veneno mortal para alimentar-se ao final do ritual.

Amassou e retirou com as mãos, decididas e orquestradas para não errar, o vestido de cetim que a princesa escolheu para o uso para se manter intocada; aquela estabilidade que a blindava, mantendo-a no patamar do ser cultuada, louvada; artificialidade que a nutria mumificada.Comprou todo arsenal de guerra para isto, custou caro! incluindo Carmim, Louis Vuitton, e coisa e tal.

Mas não esperava aquilo...foi assolada na estratégia. O maldito a levou ao tatame de inopino, atacando no milionésimo de segundo que baixou a guarda, destruindo todo e qualquer meio de defesa.

Restaram no exaurimento deste crime sem castigo, suspiros, ais aveludados de carinhos, afagos correspondidos na involuntariedade.

Houve a catarse, veio à tona “aquela” que dormia, supetão do amor, definido pelo masculino que partiu para o “limpo”, vertendo-a. Foi engolida pela esfinge, não sobrando pedra sobre pedra.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 29/07/2017
Código do texto: T6068639
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