Vômito da alma
Eu, comigo, assistindo-me o azul do céu, fico estranho e abatido de repente, sem saber porquê, e nem para o que estou olhando, se é pro céu ou se olho pra mim mesmo; de sobressalto sou lançado num espiral de sensações, toda a vida em mim roda como carrossel de horrores onde giro absorto nas silenciosas vozes sussurrando sobre o nada que isto tudo representa, desenhando o olhar celeste das estrelas que já apontam ofuscamente no fundo oco dos meus olhos. Tanto sinto com os olhos que ao olhar demais no mudo-azul-crespusculado pareço estar caindo pra cima dele, deste imenso vácuo. Sinto náusea no pensamento, o estômago responde a mágica da qual faço sem saber com contrações e tonturas, amarga-me numa angústia que pareço estar perdendo a razão, onde os tremores e mãos suadas são fenômenos de uma ilusão que espertam em mim um desprezo que me faz forte contra a vertigem alucinante, que gira e roda na alma a alma até vomitar-se no almoço que comeu...
...me vejo como sou, me acalmo, num alívio de ar fétido, e frescor de noitinha de fim de semana.
Chega a noite, e com ela a melancolia...
Depois da tempestade a calmaria, uma tristeza serena como a lua a ondular na face do mar, até enjoar de se ver...
... sem ânsia da vida, quero agora chorar pra's estrelas que me são indiferentes...
...eu nelas brilhando, e elas brilhando em minhas lágrimas...