VINTE E SETE DE JULHO
VINTE E SETE DE JULHO
Antes do sol nascer,
-- tal-qual Anchieta em Iperoig --
um longo poema na areia da praia
eu escrevi por escrever.
Talvez Deus visse e gostasse
de novos louvores à virtude de Sua Mãe.
Talvez me distraísse refundando uma tradição literária,
no Novo Mundo.
Talvez estivesse cansado de guerras, trabalhos, viagens...
E essas coisas mundanas
com que se cansam os homens
d'aquem-mar e d'além-mar.
Talvez...
O facto é que escrevia
enquanto o horizonte estava pálido
e as ondas quebravam nos costões.
Nossa Senhora, dadivosa,
Cujas mãos liberais sempre franqueando as graças que
o Pai, o Filho mais o Espírito Santo,
Via de regra, têm negado aos homens de boa vontade...
Sim, por suposto:
A saúde do corpo e d'alma...
O bom-sussesso das armas contra os maus...
A verdade útil de nossas artes e ofícios.
Enfim, vida. Vida em abundância!...
Minha Nossa Senhora!
Aceita-me os versos escritos na areia
e m'os imprime no coração dos homens.
Para que, à maneira de Anchieta,
continuemos a poetar n'estas terras de Santa Cruz.
Amém nós todos...
Ubatuba - 23 07 2017