“APRENDENDO A VER AS FLORES”
Até algum tempo atrás eu olhava quase indiferente o grande vaso cheio de flores azuis, que decora a sacada do meu apartamento. Acho que eu o via com olhos de quem não sabe ver. Sim, é possível. Quantas coisas que vemos e somos incapazes de descrevê-las? Era o que estava acontecendo com o meu vaso de “Plumbus”. Foi necessária a visita de um caro amigo que, encantado, fez-me ver, através dos seus comentários, o tesouro que eu tinha no terraço.
Desde então tento redimir-me pela desatenção involuntária. O meu amigo diz que os “Plumbus” são suas flores preferidas, ele as cita sempre que possível, nos seus contos. Realmente ele tem razão. São flores maravilhosamente simples e belas.
A cor azul celeste do Plumbus me fascina. Ela é semelhante ao céu nos límpidos dias de primavera. Às serenas águas do mar, no verão, quando cessa a embriaguez do entardecer e o sol se põe, porque é hora de ir dormir.
Eu amo estas flores tímidas, que não gostam de aparecer, também porque a sua cor é como a minha alma: serena e triste, docemente alegre, romântica mais do que nunca; faz pensar em coisas distantes, na música suave, nos vestidos das belas mulheres de outros tempos, em amores sofridos. Porém o “Plumbus” não tem perfume, um seu odor. Talvez ele prefira estar longe dos narizes curiosos e prepotentes que julgam as coisas sem compreender nada.
“Plumbus”! Ah...! Esta flor transparente como a luz das estrelas. Que bom que você vive no meu terraço. Não obstante sua delicada estrutura, e suas transparentes flores, secretamente, eu sei que você prefere os raios do sol do meio dia.
Esta manhã eu o fotografei para mostrá-lo aos amigos, e, como se intuísse a minha intenção, ele mostrou-me toda sua beleza, sua cor ainda mais luminosa.
Eu o rego todas as noites, depois do por do sol; tiro suas folhas secas, revolvo a terra perto de suas raízes, para que ele possa respirar; eu o rodeio de afeto, acariciando-o delicadamente, como se fosse o homem do meu coração, o homem que eu amo. Só depois disto é que me deito.
A cada manhã, eu vou ao encontro dele. Parece que ele me sorri e eu fico contente com sua recepção. Depois, quando me afasto, parece que o meu “Plumbus” dá uma piscada, fechando as delicadas pétalas, numa saudação.
Obs: Meu "Plumbus", perdoe-me por não postar uma sua foto, é que tenho ciumes de ti...
(Hull de La Fuente)
Até algum tempo atrás eu olhava quase indiferente o grande vaso cheio de flores azuis, que decora a sacada do meu apartamento. Acho que eu o via com olhos de quem não sabe ver. Sim, é possível. Quantas coisas que vemos e somos incapazes de descrevê-las? Era o que estava acontecendo com o meu vaso de “Plumbus”. Foi necessária a visita de um caro amigo que, encantado, fez-me ver, através dos seus comentários, o tesouro que eu tinha no terraço.
Desde então tento redimir-me pela desatenção involuntária. O meu amigo diz que os “Plumbus” são suas flores preferidas, ele as cita sempre que possível, nos seus contos. Realmente ele tem razão. São flores maravilhosamente simples e belas.
A cor azul celeste do Plumbus me fascina. Ela é semelhante ao céu nos límpidos dias de primavera. Às serenas águas do mar, no verão, quando cessa a embriaguez do entardecer e o sol se põe, porque é hora de ir dormir.
Eu amo estas flores tímidas, que não gostam de aparecer, também porque a sua cor é como a minha alma: serena e triste, docemente alegre, romântica mais do que nunca; faz pensar em coisas distantes, na música suave, nos vestidos das belas mulheres de outros tempos, em amores sofridos. Porém o “Plumbus” não tem perfume, um seu odor. Talvez ele prefira estar longe dos narizes curiosos e prepotentes que julgam as coisas sem compreender nada.
“Plumbus”! Ah...! Esta flor transparente como a luz das estrelas. Que bom que você vive no meu terraço. Não obstante sua delicada estrutura, e suas transparentes flores, secretamente, eu sei que você prefere os raios do sol do meio dia.
Esta manhã eu o fotografei para mostrá-lo aos amigos, e, como se intuísse a minha intenção, ele mostrou-me toda sua beleza, sua cor ainda mais luminosa.
Eu o rego todas as noites, depois do por do sol; tiro suas folhas secas, revolvo a terra perto de suas raízes, para que ele possa respirar; eu o rodeio de afeto, acariciando-o delicadamente, como se fosse o homem do meu coração, o homem que eu amo. Só depois disto é que me deito.
A cada manhã, eu vou ao encontro dele. Parece que ele me sorri e eu fico contente com sua recepção. Depois, quando me afasto, parece que o meu “Plumbus” dá uma piscada, fechando as delicadas pétalas, numa saudação.
Obs: Meu "Plumbus", perdoe-me por não postar uma sua foto, é que tenho ciumes de ti...
(Hull de La Fuente)