TURBILHÃO

Na noite
chove
cântaros...
Na alma, a visível nostalgia
do esperar, do querer, do desejar
que a chuva passe.
Não a do tempo,
mas a do interior da alma
que dói
machuca
entristece...
E ver a vida seguir
através dos pingos na vidraça
que rolam e descem
deslizando em dança frenética
enquanto o ser chora...
Chora?
Emudece
Surta
perante fatos da memória
que renascem de dentro
e vêm junto à chuva,
trazendo o frio que gela.
O corpo inerte sobre a cama
olhos no teto
emudecidos
distraídos
retraídos
de olhar sem ver
de sentir sem ter
de viver em turbilhão
da desesperança que aflige
enquanto a chuva não passa
num vibrar que a alma amortece
enquanto o corpo cansado
desfalece...

 
Simplesmente Romântica
Enviado por Simplesmente Romântica em 18/07/2017
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