Num tempo distante das horas
Desde tempos imemoriais já te amava, sem saber
Tateava teu rosto, no breu das minhas noites vazias
Minha boca desfolhava pensamentos amorosos
cingindo o contorno dos teus acetinados lábios
Em pétalas, meus dedos singravam silenciosos,
como veleiro à deriva no seu corpo, em ávido ardor
No céu de minha alma - palco de enredos idealizados -
Sabia-te minha estrela maior, de fulgência singular
Tua voz ausente acarinhava meus versos atemporais
repletos de plácidos desejos - essências tuas -
Em nuances azuladas fazia de ti meu sonho lindo,
meu nostálgico e pungente querer,
meu amor transcende, dorido de saudade.
(Edna Frigato)