G.C.
Li à respeito de uma menina chamada G.C.
Nos seus poucos dez anos,
em meio a tanta miséria, começa a decrescer.
É uma vida que esvai-se para o fundo do cano.
Mora numa favela da zona norte.
O tempo todo, a sonda, a morte.
É analfabeta,
a fome já liquidou as suas futuras metas.
Existe o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Mas passa longe desse pinguinho de gente!
Sofre com a falta de escola,
assistência médica,
saneamento básico,
e de comida.
Ela desconhece que no Brasil,
há milhões de meninos e meninas nossa situação.
Mas não pode ter acesso a esta informação,
sua voz não vai muito além, para fazer a sua reclamação.
Às vezes, em meio a tanta desesperança,
consegue sorrir e brincar.
Parece um pequeno pássaro prestes a voar,
para encontrar os seus sonhos encantados de criança!
Deseja aprender a ler,
e muita comida pra alimentar os nove irmãos, obter.
Sua vida, na Graça de Deus, tem estado,
porque se estivesse nas mãos dos homens...
-Gabriel Eleodoro
Rio de Janeiro, 02 de dezembro de 2003.