Vita Activa
Sento-me diante do Grande olho luminoso, - o eterno abundante! - refrescado pelo vento que passa a mão nos meus cabelos, iluminando ora ou outra reflexos dourados na minha face sob a sombras de muitas arvores oscilantes; absorto num silêncio que se sente ao ar livre como cheiro de perfume, semelhante a voz "embarulhada" de água caindo sobre água que me enche a taça dos ouvidos. Vai cantando o regato no meio do mato, e sobre a superficie prateada na água folhas laranjas dançam rodopiando por cima das imagens refletidas das árvores que se olham do alto.
Escorre vida em meus ouvidos!
Enche-me a alma de suspiros!
E, eu-lírico, que aqui escrevo como ponte entre mim e o silêncio, esquecido da pressão social, coroado pelos sons naturais da vida, apenas fico ao pé do regato contemplativo ao sons dos grilhos a versejar a vida...