Ciúmes e Inquietações
CIÚMES E INQUIETAÇÕES
Por Luiz A G Rodas
Mesmo que tardiamente, decidi livrar-me das incômodas peças de um vestuário de excessos. Em um canto qualquer, seminua está minh'alma.
Joguei fora as aparências juvenis dos ciúmes doentios, a antipatia do poder, a inquietante sensação de posse.
Mas, e os ciúmes? Negativo comportamento que, insistente e oportunista, ainda me visita em eventos de fragilidade.
Aproveita uma breve contrariedade, apóia-se em frágeis argumentos para, satisfeito, levar meu maltrapilho coração à beira da loucura.
Incontáveis erros!...
Relembro as insensatas e inconsequentes ações do escapismo, do suicídio sentimental, do achar, do incerto poder viver sem você.
Que engano!...
Pausei por longos anos o melhor que havia em mim. Meu ciúme é parente bem próximo da alegria do pecado. Fragmentou um amor, quase dissolveu as lembranças.
Tanto arrependimento!...
Projetos em comum, o caminhar junto na mesma estrada, a espera ansiosa, as mãos dadas pelas ruas... Sonhos, bruscamente, interrompidos e perdidos nas travessias e encruzilhadas da vida.
Quanta saudade!...
Que perfumes foram levados pelo vento norte?
Que gestos lindos a memória não reteve?
De que som, de que palavras não mais recordo?
E o calor, a textura do seu tato, o sabor do último beijo?
Tantas indagações!...
A curva da minha vida, dá sinais de obdiencia à gravitacional força. Sinto "meu futuro" tão próximo; o "meu melhor" tão distante.
É uma constatação!...
Sou o resumo de poemas, letras e canções. Felizmente, meus olhos me presenteiam, a cada manhã, com nítidas imagens suas nas gotas de um colorido orvalho de recomeços.
Conformado estou!...