O disfarce
Um...dois...três...sete.
O relógio avisa as horas.
Inerte embaixo do cobertor, finge não entender o recado.
Escuta barulho na sala, não se incomoda.
Nada incomoda seus sentidos, não querem acordar para a realidade.
Volta-se para si tentando lembrar algo de prazeroso para satisfazer seus desejos.
Em vão...seus pensamentos não divagam.
Não sente culpa, apenas levanta-se.
Horas atrás mãos percorreram seu corpo,fingindo dormir negou sentir prazer.
Uma negação de mágoa, de revolta.
Tudo acontecia tão diferente do que queria.
Não conseguia aceitar a derrota, se entregar e cumprir seu papel no contexto.
Seu corpo cobrava carinho que não podia percorrer.
Seu pensamento variante sentia culpado e renegado.
Sentindo que sua vida sem sentido estava se esvaindo em tempo perdido,
tomou uma xícara de café e se entregou ao vício bem conhecido, o disfarce.
Não queria respostas.
Jataí.GO
12.08.07