A limitação e ilusão dos sentidos
Olho para o céu como quem deseja penetrá-lo no âmago do vácuo azulado; a visão dilata-se alargando o espaço ao bater de encontro à abóbada celestial azul. O limite dos sentidos! O fim do grito ouvido! o latido do cachorro que já vai sumindo, baixando, indo, como o sol no limite do horizonte dos meus olhos brilhando dourado-magenta!
Esbarro-me em mim próprio, circulo a mim mesmo, só sinto no raio da circunferência do que pode o corpo, pois, julgo saber, por memória das estrelas, que o céu não é côncavo, nem superfície, nem o limite que me cerca.
Não! É a ilusão artística, intrínseca ao mistério da existência. É o fundo azul falso, pintado de crepúsculo rosado próximo das silhuetas de montes e árvores grandes e pequenas, lembrando-me a finitude das formas sentidas pelos meus sentidos, e a ilusão de que ali é o limite do céu! Mas não há fim para aquilo que os sentidos sentem. E os sentidos são limitados...