Entre a Soleira e a Poeira
Há luz. Há sons. Há ninhos.
Não se deve ignorar o vento
Que não carrega os burburinhos
Dos transeuntes apressados.
Ele fica tentando acertar a saída do labirinto
Para que as vozes fiquem suaves
E a música vire voos.
É sobre as asas que falo
As que nos dão o sentido de
Amplidão e liberdade.
Quero as minhas abertas
Coloridas e harmônicas
Poder ir e vir sem temer
As montanhas impenetráveis que
Impediriam meu voo e me derrubariam.
Somos assim. Queremos ter o favorável.
Unicamente o favorável.
Permaneça. Sempre permaneça.
Mas destrua a visão que no momento é
Permissiva.
Basta uma gota, apenas uma gota do
Riso que muitas vezes chora,
Para que consiga retirar a poeira
Que ora impede a soleira de
Ser acariciada pelo vento.
A vida não é parte. Ela é arte.