Uma vida supérflua
Lá havia um piano de cauda,
e ninguém sabia tocar,
onde displicentes esqueciam os copos;
quantos diplomas na parede,
e ninguém tinha sete instrumentos,
nenhum eclético;
Hemingway, Neruda e Balzac na estante,
e poucos foram lidos,
todas as citações eram populares;
quantos amigos na sala,
sem ninguém a quem confidenciar;
calendário, relógios e ampulhetas.
só para ver o tempo passar,
tudo passatempo;
tantas sobras no mundo supérfluo,
quanto falta no mundo de tantos bolsões