Uma vida supérflua

Lá havia um piano de cauda,

e ninguém sabia tocar,

onde displicentes esqueciam os copos;

quantos diplomas na parede,

e ninguém tinha sete instrumentos,

nenhum eclético;

Hemingway, Neruda e Balzac na estante,

e poucos foram lidos,

todas as citações eram populares;

quantos amigos na sala,

sem ninguém a quem confidenciar;

calendário, relógios e ampulhetas.

só para ver o tempo passar,

tudo passatempo;

tantas sobras no mundo supérfluo,

quanto falta no mundo de tantos bolsões

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 05/07/2017
Reeditado em 06/07/2017
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