Aquele olhar
O silêncio é quase palpável, preenchidos com sussurros vindos da noite que cai.
Sinto uma leve brisa no rosto, quase imperceptível, deixo cair a máscara revelando meu frágil semblante.
Arfante, corto o silêncio com minha respiração.
Apoio me na cama, com as mãos em meu rosto, fecho os olhos.
-Por que estou sorrindo?
Os músculos de minha face retesam ao fazer o movimento repentino e desconexo com o momento.
Talvez o dia não tenha sido de tão ruim, talvez aquele olhar que recebi tenha surtido algum efeito.
-Mas porquê diabos não paro de sorrir?
Há muito não sabia como era essa sensação, há muito ignorei olhares e fiquei longe de “encrencas”.
-Por que me sinto quente? Está uma noite fria.
Não quero, não posso, não vou.
Mas sempre soube, esse dia chegaria, arrebatou me.