Recomeço

Mesmo com minha pele cheia de cinismo e minha ironia infame, lembrava me o quão perfeita você é.

Mesmo com minhas falhas e meus maus exemplos, lembrava me o quão perfeita você é.

Recordo me de um dia ter gostado do pôr do sol e do quanto teus olhos se assemelhavam ao crepúsculo ou o quanto seu sorriso fazia meu dia se iluminar.

Mesmo com todo meu sarcasmo, me lembra. O quanto me perdi ainda não sei, quem sou eu? Quem fui? Difícil dizer.

Estive fora de foco, longe de holofotes, esperando, tentando, caindo, perdendo me em meio à multidão.

“Não se perca querido”, ela disse, “já foi difícil o achar”.

Sentiu meu gosto amargo, e eu teu gosto doce, me viu perder minha leveza, sutil, levantou me e me pôs à andar. Assistiu me mudar, como se nunca tivesse asas.

Construí um muro, pra esconder me da noite, mais frágil que meu temperamento.

Taís Domingues
Enviado por Taís Domingues em 04/07/2017
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