O homem
Enquanto o homem dormia
Fazia o vento soprar à casa vazia,
E a água chover no terreno ressequido,
Fazendo, da terra, vida brotar no lugar esquecido.
O som das palmeiras se ouvia cantar,
O homem dormia ao invés de amar,
Chorava deitado sob a palha, seu repouso
O homem de ferro de suor caloroso.
O sol raiava sob o teto de aruana
Fazendo ranger a flor de água,
O homem saíra, forte, valoroso.
Corre contra o tempo que o persegue,
Pois do trabalho de suas mãos fazemos o amanhã,
E do suor sagrado de quem não vive brota o concreto.