O ESPIÃO DO TEMPLO.

 

            Você estava entre as colunas de mármore do templo de Afrodite na primeira vez que a vi, magnifica como um anjo ledo, vestida de beleza e banhada pela luz do sol.

            Tuas vestes de linho fino, longas lívidas e transparentes, permitia que a luz do sol delineasse as curvas de seu majestoso corpo de inegável perfeição. Quase enlouqueci ao vê-la ali próximo da fonte. Naquele instante meu coração foi tomado pelas chamas do amor, chamas que ardiam no mais profundo da minha alma, chamas de um descomunal amor de primavera. 

            Naquele instante uma lágrima solitária nasceu de meus olhos, e o meu coração começou a bater completamente descompassado, com as mãos em meu rosto pasmo eu não acreditava que diante de mim estava à face do amor.

            Minha vida mudou depois daquele instante, nunca mais seria a mesma, passei a frequentar o templo de Afrodite regularmente, na expectativa de vê-la novamente.

            Dias depois lá estava você, próximo a fonte do amor, sua face emanava formosura, suas vestes eram mais alvas que a neve; e em seus negros cabelos havia uma tiara de flores do campo. Definitivamente na terra não há nada mais belo que este anjo ledo. 

            Eu me escondi atrás das colunas de mármore, fique observando a minha deusa da beleza, talvez seja ela a própria Afrodite personificada, meu coração estava rendido ao seu amor, rendido a perfeição daquele corpo, anjo ledo sem asas que arrebatou a minha alma e aprisionou meu coração. 

            Os seus negros olhos são como chamas a infiltrar dentro de mim, inescapável sentimento dominador.

            Eu não sei o nome desta ninfa, quero apenas chama-la de anjo ledo, por ser a mais bonita forma feminina que os meus olhos já viram, ela sempre está no templo de Afrodite, quando não está na fonte do amor, está no jardim primavera, brincando entre as flores e lhes causando inveja com sua beleza e perfume.

            Sou um observador de sua majestade augusta, um espião do templo, um poeta sem nome perdidamente apaixonado, trago comigo um amor sem igual, e nas minhas palavras o hidro mel dos deuses, embebidas do mais puro amor.

Flor do amor,

De olhar tentador,

Roubastes meu coração,

Deixando-me em aflição,

Sei que vou te amar,

Com toda minha força te amar,

Por toda minha vida te amar. 

 

 

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 28/06/2017
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