O mar desta vida.
Sou um barco sem destino no mar desta vida, levado pelas ondas e ao sabor dos ventos, sou um barco errante, testemunha silenciosa de longas datas.
Procurei nos sete mares um amor que seja igual ao teu, beleza que seja semelhante a tua; nada encontrei apenas a solidão estava lá, nua e de braços abertos a cada novo lugar que eu chegava.
Procurei entre as estrelas do céu uma que brilhasse como você, que tivesse uma fagulha apenas do teu olhar, procurei incansavelmente pela extensão do universo, e encontrei apenas a solidão, nua crua e silenciosa, de braços abertos me esperando.
Procurei entre os viventes desta terra, procurei por alguém que tivesse uma pontinha da sua majestade, rodei pelas cidades dias e dias, horas e horas inteiras; nada encontrei apenas a solidão estava lá, nua crua e silenciosa.
Por isso que sou um barco sem destino, vagando incerto no mar da vida, procurando com desespero por você, em todos os lugares, sejam eles possíveis ou impossíveis, mas o que eu sempre encontro é a solidão, nua crua e silenciosa.
Companheira solidão,
Desatina o coração,
Golpeando sem perdão,
Minha denuda razão.
Por último perguntei as estrelas da noite, se acaso tinham visto você; mas nada disseram. Perguntei ao astro do dia que a todos iluminam. Se acaso tinha visto você; mas nada me disse.
A angústia tomou conta de mim, sem ter você caminho a esmo pelas estradas desta vida cruel, sou mesmo um barco sem destino, jogado no mar desta vida, um barco sem leme em um mar sem cais, apenas navego sem nunca ter certeza de que vou chegar.