Nem a distância nos vai separar…
Olho o céu estrelado, a lua grande e cheia, e de cor prateada,
São incontáveis as noites que me perco assim a olhar
Talvez, não só a olhar, talvez também me ponha a imaginar.
Talvez seja uma maneira de querer arranjar saída
Para o que me paira na cabeça e o que sente o meu coração.
Gostaria que o mundo fosse pequenininho, pedaço de bom caminho,
Que tudo o que eu amo de coração e alma me ficasse á mão,
Por exemplo tua casa pertinho da minha, janela com janela,
A minha seria de cor azul e a tua da cor do sol, amarela,
Assim poderia falar contigo, dar-te um beijinho e um xi coração,
Termos um café ao lado, onde iríamos beber um galão e um pão torrado,
E batermos um papinho de palavras para matar as saudades
De tudo que passamos e vivemos, e de tudo que do viver queremos…
Termos uma árvore frondosa, de ramos e folhagem bem generosa,
Com um banco de jardim feito de ferro forjado, onde tu e eu
Nos pudéssemos sentar, com um livro, ou as linhas mais o bastidor
E pudéssemos sob a vida fazer um maravilhoso e simples bordado…
Sei, que já não sou mais menina, assim como tu, somos mulheres
Somos borboletas de cores belas, que temos metamorfoses
Aos inúmeros amanheceres da vida, somos simbioses …
Olho o céu estrelado, a lua grande e cheia, de cor prateada,
Gostaria que o mundo fosse pequenininho, pedaço de bom caminho,
São horas e horas a fio, minutos sem fim, segundos em doses
Que fico ali no telhado da minha casa a pensar e a imaginar,
Como era bom viver próximo de ti, e contigo um café beber
Assim como na tua companhia um livro ler, e um bordado fazer,
Mas a verdadeira razão de isso não acontecer, não é a distancia,
Mas sim tudo aquilo que entre nós nunca dará para resolver,
Embora eu creia que o verdadeiro cego é aquele que não quer ver…
Por isso, seja o mundo grande ou pequenininho, acredito
Que nem a distância nos vai separar…