Orquestra
Sou um conjunto sonoro. As minhas notas formam compassos sinfônicos, gerando músicas. A canção nem sempre é a mesma. Ora cântigo sereno; outrora encolerizado. Posso ir do Dó ao Si, mas sempre estarei aqui; posso ir do Si ao Dó, mas nunca me sentirei só.
Há vários instrumentos que me compõem. O maestro é o pensamento e, os violinos, formam o coração; sendo que, os acordes, caminhos que o coração guia.
Cada nota é um sentimento: nostalgia, melancolia, alegria... Às vezes, posso demonstrar miscigenações de sentimentos. Se a vida está corrida, a velocidade da sonância aumenta; todavia, se a vida está tranquila, a melodia é mais singela.
Nos momentos de agonia – dor, aflição, tormento –, a Orquestra torna-se dramaturga – confusa, dispersa, desnorteada. De maneira oposta, nos momentos de entusiasmo e convicção, a Orquestra torna-se emocionante. A cadência soa bem. Os ouvidos ficam contentes a escutar. As melodias jazem, impactantes, com sônicos e eufonias harmoniosos e rítmicos.
Assim, a vivência é como uma sinfonia. Há momentos, etapas, estágios e aprendizados. Em cada um de nós existe um "eu musical". Se soarmos bem e com plenitude, os ouvidos ficarão alegres em escutar – é sempre bom fazer o bem. Mas, quando imprevistos surgem, precisamos retornar ao equilíbrio. À vista disso, devemos renovar e conhecer o nosso "eu musical". Para fluirmos habilmente e, todos juntos, formarmos um "elo musical"; pois podemos, em união, tornar-nos musicalmente perfeitos.