Angústias da alma.

 

             Sou apenas um poeta, um esquecido catador de palavras jogadas pela janela, eu sou um vago pensamento em seu coração, um fiapo de lembrança no canto da memória.

            Já não existem sonhos dentro de mim, a esperança não voltou, e a minha alma ainda flutua na dor, flutua nas águas da incerteza, enquanto a sua doce presença fica cada vez mais distante. 

            O teu olhar está cada vez mais ausente, muito mais do que antes, já não consigo ver o brilho nos teus olhos, teus belos olhos distantes dos meus. 

            Talvez isso anjo ledo… Seja o inicio de um adeus, seja o prenuncio do fim, ou talvez um até logo cheio de previas. A única certeza que tenho é que o teu meigo olhar está triste e distante dos meus.

            O teu silêncio machuca lá dentro da minha alma, dilacera o coração, o teu silêncio mata em silêncio doloroso. Apenas derramo minhas lágrimas, apenas isso e nada mais.

Enquanto o mundo dorme,

Transformo dor em palavras,

E medos em versos insanos,

            Sendo assim vou tentar esquecer o anjo ledo do céu, vou tentar riscar do meu peito todo vestígio de sentimento, e vou apagar tudo, tudo mesmo; até que não reste mais nada dentro deste coração de papel.

Como disse certo poeta:

Volto à face e tremo,

Vendo teu vulto desaparecer,

Na extrema curva do caminho extremo.

Outro poeta pediu que escrevesse em sua lápide a seguinte frase: 

Viveu amou e foi poeta.

Adeus anjo ledo do céu. 

Apenas isso e nada mais. 

 

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 19/06/2017
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