A sombra.

 

            Aquela sombra fúnebre passou por mim naquela manhã, logo aos primeiros raios do sol, quando os pássaros ainda ensaiavam os seus primeiros cânticos matinais. 

            A sombra escura espreitou-me entre as colunas de concreto, ela me sequia sem que eu a percebesse, com todos os seus desejos obscuros e sombrios, ela me espreitou; e no momento exato de seu ato malévolo, o anjo de Deus me livrou. 

            O amor e a misericórdia divina se revelaram a mim, e naquele dia Deus me livrou da foice traiçoeira, a funesta sombra afastou - se de mim, escondeu-se nas entranhas escuras de sua moradia noturna.

            Nossa vida é pequena e frágil, tal como uma pétala de flor, que ao ser balançado por forte ventania desprende - se é voa. 

            Aquela sombra escura e maligna vive a espreitar todos os homens, sedenta por desprendê-los do caule da vida, fazendo - os definhar até desfalecerem.

A morte bem que procurou, 

Dar fim a minha vida,

Deus então me salvou, 

Resgatou minha alma perdida.

            A sombra escura e fria, desconfiada apartou - se sorrateira, procurando em outra eira, quem possa tragar. 

            A sombra escura e feia, com foice afiada e cara ossuda, mal trapilha e carrancuda, neste mundo vagueia desnuda, e no escuro da noite fria, cintila seu veneno e serpenteia. 

 

 

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 13/06/2017
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