A sombra.
Aquela sombra fúnebre passou por mim naquela manhã, logo aos primeiros raios do sol, quando os pássaros ainda ensaiavam os seus primeiros cânticos matinais.
A sombra escura espreitou-me entre as colunas de concreto, ela me sequia sem que eu a percebesse, com todos os seus desejos obscuros e sombrios, ela me espreitou; e no momento exato de seu ato malévolo, o anjo de Deus me livrou.
O amor e a misericórdia divina se revelaram a mim, e naquele dia Deus me livrou da foice traiçoeira, a funesta sombra afastou - se de mim, escondeu-se nas entranhas escuras de sua moradia noturna.
Nossa vida é pequena e frágil, tal como uma pétala de flor, que ao ser balançado por forte ventania desprende - se é voa.
Aquela sombra escura e maligna vive a espreitar todos os homens, sedenta por desprendê-los do caule da vida, fazendo - os definhar até desfalecerem.
A morte bem que procurou,
Dar fim a minha vida,
Deus então me salvou,
Resgatou minha alma perdida.
A sombra escura e fria, desconfiada apartou - se sorrateira, procurando em outra eira, quem possa tragar.
A sombra escura e feia, com foice afiada e cara ossuda, mal trapilha e carrancuda, neste mundo vagueia desnuda, e no escuro da noite fria, cintila seu veneno e serpenteia.