Uma falha

Sinto a falta do prazer primordial que é o vínculo entre eu e nós todos. rejeitando-me a fundo, me levo à margem e escolho o outro em detrimento de mim. Perco o contato comigo e o elo com o mundo. Me desligo. Sobrevivo robô, enquanto humano decaio. Automaticamente mecanizo minhas ações a fim de me esconder das suas caóticas pulsações. Uma falha na máquina dá pane no sistema. Com a máquina quebrada, procuro o que me resta do orgânico. Sinto horror ao perceber que aquele defunto sou eu.

ElisAndro Luz
Enviado por ElisAndro Luz em 12/06/2017
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