Um regime de paz e amor para o Brasil

Nem coxinha, nem mortadela

O filé mignon é o regime que até então,

Determina a cor e o sabor da porção que cabe em cada panela

Porém, é chegada a hora de acabar com esta distorção

Nem coxinha, nem mortadela

Nas passarelas, as magrelas são belas e bem nutridas

Nas favelas, são pobres, mal vistas, e desnutridas

Nem coxinha, nem mortadela

O regime pra ser bom e verdadeiro, tem que ser pra valer

A razão que alimenta o povo,

Tem que ser, também, a mesma que alimenta o poder

Nem coxinha, nem mortadela

O regime tem que se ajustar a todos, sem nenhuma distinção

Chega de mordomias!

Chega de corrupção!

Chega de panelas vazias!

Chega de enganação!

Nem coxinha, nem mortadela

Vamos todos para a passarela alimentados de paz,

De salto alto, de chinelo, descalço, ou de tamanco

Vamos justos protestar contra os males e as mazelas

Os bancos e os gananciosos banqueiros

Os congressistas canalhas

Os falsos cristãos

Os hipócritas justiceiros,

E toda corja de poderosos trambiqueiros

Nem coxinha, nem mortadela

Nem bandeiras, e nem panelas

Vamos todos desfilar pela mesma escola, pelo mesmo ideal

Vamos todos para avenida reviver o verdadeiro carnaval

Vamos todos proclamar a vida, num enredo do bem contra o mal

Vamos todos gritar numa só voz

Fora crápulas! Fora malditos! Fora trapaceiros!

O Brasil não é de vocês,

O Brasil é de todos, e para todos

O Brasil é do povo brasileiro!

Luiz Figueiredo