A BÊNÇÃO DO DIZER POÉTICO
Vivo reiterando gratidões ao Absoluto, que me premia com a bênção do dizer poético, e aos poetas-leitores, que me fazem acreditar na confraternidade entre os semelhantes, a teor dos postulados das sagradas escrituras: amai-vos uns aos outros como eu vos amei. Com a reafirmação do pensamento do evangelista em ações efetivas, talvez possamos ter, com o inexorável passar dos tempos, uma sociedade mais justa e fraterna. E assim poderemos estar mais próximos do Cristo que está dentro de nós. As parábolas crísticas, sua linguagem em sentido conotativo não são fascinantes por sua veracidade, sapiência e pureza? Terá o humano ser condições de atender ao chamamento amoroso que a Poesia representa? Porque não consigo entender que o poeta-autor não obtenha (em si) pela presença da Poética, os elementos de bonomia, paciência e justiça capazes, no mínimo, de entender que não podemos ser egocêntricos. A Poesia, pelo seu recado pleno de lirismo, independente do tema predominante no poema, tem de ser a clava da liberdade e do entendimento entre os homens de todos os tempos, mormente na atual sociedade de consumo, característica dominante na sociedade da Modernidade Líquida, onde tudo é egoístico, volúvel e passageiro. Que o Absoluto nos absorva para o Bem.
– Do livro O PAVIO DA PALAVRA, 2015/17.
http://www.recantodasletras.com.br/prosapoetica/6018556