TRIBUTO A ITABIRA

Por detrás daqueles montes está Itabira,

Assentada sobre rico tesouro imantado,

Estrela de uma geração que mantém o brilho,

Berço de Drummond, poeta do amor encantado.

Do alto daqueles penhascos avisto seu vulto,

Do vale emana o cheiro do negro minério,

A luz que ofusca estas vistas maltrapilhas,

Não impede que eu veja a beleza do cenário.

Noto sinais que ficaram no dorso das serranias,

Como trilhas deixadas por heróis obstinados,

A paisagem é deslumbrante e também angustia,

Remete-nos às saudosas memórias do passado.

Vejo lembranças dos amantes que outrora,

Registraram suas paixões vividas às escondidas,

Através de códigos nas escarpas dos caminhos

No tempo em que amar era aventura proibida.

Em seu tributo deixo meu coração entalhado,

Num monumento erguido para o porvir

É para que a nostalgia que ora me invade,

Não transforme em cascatas de saudades,

Lágrimas que rolam da minha face sem eu sentir.

Em Itabira a paixão se esconde e transcende,

Nas vielas e ruas de poucos transeuntes,

Que renasça Drummond, imortal, de fecunda mente,

Reescrevendo poemas, mesmo que dissonantes,

Com mensagens atuais e ainda mais marcantes,

Acendendo chamas de luz para uma nova era

Instalando "ships" de amor nos corações dos homens

Em formas de afrescos digitais, ou em aquarelas,

Como flores que desabrocham a cada instante,

Nas lindas manhãs de uma doce primavera.

AGOOLIVEIRA
Enviado por AGOOLIVEIRA em 03/06/2017
Reeditado em 16/02/2019
Código do texto: T6017096
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