Passa o vento, folhas caem, tudo morre, nada muda...

Tira-me do peito está dor incógnita,

esse braço pesado que me sufoca a garganta!

Liberta-me desta prisão em que minhas mãos se esfacelam contra as grades!

Quanto peso! Quanta mágoa não cabida num só ser...

Quanta dor que não entendo!

Quanto tempo perdido com lágrimas e sofrimento sendo que lá fora a lua brilha como todos o dias,

os pássaros cantam com o mesmo vigor, e as estrelas e o sol somem como tudo,

e tudo passa, passa o vento, folhas caem, tudo morre,

nada muda...

Por Deus, o que é que estou fazendo neste mundo?

Para quê ei de me estar aqui?

Não sei se fico ou se vou.

Se a curva da estrada trará o que sempre busquei - se não,

pelo menos entenderei,

que aqui sempre fora o paraíso que sonhei,

Que me importa é a verdade!

O que é a verdade? Me deem ela! Pois eu não suporto, como Nietzsche, ter que criar a minha...

Sou apenas um grão de areia. Que sei eu das coisas da vida!

Sou tão esquecido e pequeno como o pó das estantes que ninguém vê...

Quero dormir. Esquecer...

Minhas vísceras se contorcem, meus nervos pulsam,

meu corpo inteiro balança na cama inquieto, fatigado, como se eu o estivesse fazendo sofrer por baixo da pele...

Quero dormir.

Pois dormir é o que mais amo fazer,

E às vezes, não consigo,

É por isso que escrevo...

Fiódor
Enviado por Fiódor em 03/06/2017
Reeditado em 03/06/2017
Código do texto: T6016889
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