A morte do poeta.
Então foste tu, ó coração maldito, tu que de contínuo feres a minha alma, afligindo-a com angústias intermináveis.
Foste tu, ó coração maldito, que me enganavas o tempo todo, foi tu o perverso coração; tu que roubastes a alegria dos meus lábios, és tu que provocas as minhas lágrimas, estou cansado de sofrer.
De gritar já não aquento mais, o mundo desabou sobre os meus pés, não suporto mais a dor que me corrói por dentro.
O que eu mais desejo neste momento, ó coração pérfido, é apenas derramar muitas lágrimas, quero que o meu ser se acabe em tristeza profunda, quero caminhar nesta estrada de dor até não ser mais visto; traiçoeiro sentimento que me desnuda.
Crave em meio seio à adaga cruel, as lâminas de todas as espadas, cravem para sempre em meu peito, vida desventurada e cheia de venenos.
Hoje quero apenas a solidão,
Embriagar-me no cálice da dor,
E gritar de amor,
No silêncio vermelho de meus olhos.
Não compreendendo este mundo complexo, com todas essas pessoas confusas e distantes, não compreendo este mundo que existe dentro de mim, eu mesmo o criei e confesso que não o compreendo; não quero mais viver nele.
Que sejam essas,
Minhas últimas palavras poéticas,
Que nenhum mortal,
Leia outro verso meu,
Este poeta hoje morreu para o mundo,
E talvez ele nasça para si mesmo.