é o que se fez...
eu pensei receber a tua experiência na minha escritazinha, agora desembaraçada a visão, completamente descoberta de tudo, vejo-te tão sombra, procurando em minha poesia ressignificação para tuas incertezas, procurando nos meus versos tão simplesinhos partes da tua natureza, você sempre soube explicar e ensinar tão bem a arte da escrita e agora diz que o seu dom é iludir, fantasiar faculdade ou opinião formada sobre tudo, tolo pensou poder enganar a si mesmo, mas não, agora, justamente agora, fingir tá lhe custando caro, olhar tudo indo embora, todos desacreditados do teu dom de criar, será que tudo foi produzido por outra pessoa? um coadjuvante, como no filme Budapeste, cujo verdadeiro autor num dia de fúria se declarou o criador do livro, e o caçador virou a caça, não impressiona qualquer manifestação agora, agora tudo está fora do lugar, tudo está fora de controle, tudo está para fora... e, é sobre-humano tentar concertar, tudo está visto, posto, ruído, querer remediar não dá, hoje, agora, está mais simples de compreender quem é você, morno sabido, ficando no caminho.