E Agora, Náufrago! O que fazer??

Menino peralta! viajou sozinho na coragem da busca da felicidade, afundou após chocar com o iceberg. Gigante, emoções que foram criadas por si, passado quase que imperceptível se não fosse afundar após o choque, indo até as profundezas de si.

Depois de muito nadar encontrou descanso na tábua de salvação do respiro, vive da lamuria, do fracasso e da autopunição. Encontrara na ala dos que cederam à luta inglória no seu interior. Mas! Numa dessas horas que vagabundeava em meio aos destroços da guerra que foi perdedor conclui olhando para o espelho:

__Não deu, remei em direção aos quatro pontos cardeais tentando resolver a questão da felicidade. Restou “Eu” comigo. Com as mãos sujas de tanto fazer a mistura das cores, vejo a cor negra do indiferenciado nelas, com isto encardi toda alma. Sinto exalar de mim cheiro de defumado estragado, comida de abutre, não há quem fique em relativa paz nisto.

Vivo aqui, neste “campo eletromagnético”, que dizem ser a morada de cada um. Se for assim, tenho produzido somente cargas negativas, ao ponto de restar sobrecarregado de dores, das mais diversificadas, tem aguda e crônica.

E o chororô liberou geral; não bastava os do lado de fora, do outro, dos outros mundos!

Pois bem! o que fazer? Empaquei, não consigo ir nem ficar, decido pelas “coxas”, misturado em meio aos demais resolvo as questões nos dias pela metade. Fica sempre uma sobra, que levo tudo para o “monte” de tralhas, problemas que amontoo, bola incandescente que me cobra noite e dia solução.

Não vejo fim para isto, a não ser buscar refúgio no silêncio das horas, tornei náufrago e algoz de mim mesmo. Que nojo!

Pode dar certo resumir palavras, dizer o mais fácil, rever o “monte” e jogar fora algumas tralhas que pesam em problemas: orgulho, mágoa, culpa, CULPAAAAAA, ódio, derrotas consumadas....perdi, perdi, PERDI!! E ponto final.

Alguns dias depois, retorna:

___Ufa!!! Pronto. Até que o “monte” diminuiu. Peraí!...

Saiu, retornando logo após:

__Voltei. É que ainda via o que descartei me acusando lá do lixo, empurrei para o labirinto das dores, “lixo tóxico” que o Universo se incumbirá de resolver, em volta de “casa” não fica mais.

Deixa eu arrumar o que fazer, começarei como na filosofia de trabalho das formigas, todo dia um pouquinho. Descobri que a piada de mal gosto que tomei consciência não tem saída, a não ser por mim, exige tomada de atitude, de farol baixo, humilde, quietinho!

Depois de alguns dias, o ex- náufrago faz festa olhando não para o espelho, mas em frente dele sorri para a própria alma e diz::

__Não é que facilitei o serviço aquele dia, o coletor de lixo, que é o tempo, levou as tralhas que joguei fora. Esqueci delas, vez ou outra vem a lembrança como história contada.

Desapeguei da dor, hoje sobra “uns trocos” para sorrisos, lampejos de felicidades, aceitação, vida!!! Mas encardir voçê como naqueles dias, nunca mais. Liguei o botão da autodefesa, imunidade contra doença da alma estabelecida. Avante! Avante! Vamos pra frente que atrás vem gente! Posso trupicar! Mas se cair, saberei que posso levantar, levando você, Alma, no pedestal da dignidade.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 01/06/2017
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