DESABAFO*

Por favor, não me leve a mal, esse meu desabafo, aqui frente a você. Mas, é que minha saúde mental, não está lá grandes coisas. Todo dia é sempre assim, fico inquieto, meio tonto, e a história é sempre a mesma. A mesma tortura, que chego a pensar ser o meu próprio fim. Sinto uma tempestade enorme, revolvendo os meus sentidos, e isso só passa, quando chega a mais silenciosa hora das minhas noites de insanidade. Bem sei que minha vida está predestinada, assim como também sei, que após minha morte, o meu coração, talvez não consiga alcançar, um peso suficientemente, para ser avaliado por Osíres, ao ponto de que eu mereça uma vida no além. Mas, contudo, venho pedir a você, que é a grande anfitriã desta festa camuflada de sonhos e ficção, que procure ser um pouquinho só, mais sensata comigo, e que salve-me, dessa minha psicose de todo dia. É só isso o que lhe rogo nesse momento, pois bem sabes que o medo não está aqui dentro de mim, e que zelo muito por minha vida, pois estou bem protegido pelo escudo da autognose, que sempre me eleva. Vê se encaixa as peças e procure me entender, pelo menos dessa vez. Reconheça o meu esforço, pois resolveu se que com toda essa loucura de sincretismo, não me resta outra solução, senão a rendição ao mesmo. Veja como me encontro, já não tenho mais a força que antes dominava todos os meus músculos. Não suporto mais, nem mesmo, esse estrepitoso som, que o povo, sem mais nenhuma cultura, insiste em chamar de música. Reconheço que estou mesmo no fim de minha vida e aos cacos, abandonado e jogado por esse mundo a fora, sem mais nenhum valor. Mas, mesmo assim, eu lhe suplico. Será que você teria de mim complacência? Será que você, me daria um pouco de sua atenção? O que preciso, é de que você me abra o seu coração, pelo menos um pouquinho, e que me faça acreditar que, em algum dia nós nos encontraremos novamente e juntos escreveremos as mais lindas histórias de um amor infindável, sempre com um epílogo feliz.

*Esse texto, foi composto, usando todos os 30 títulos, já publicados até hoje, dia 30 de maio de 2017, pela escritora e poetisa, Carol Santana.

Estação do Cercado (MG), 22 de maio de 2017.

Tadeu Lobo
Enviado por Tadeu Lobo em 01/06/2017
Código do texto: T6015653
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