De tanto te amar


 
Procurei beleza no entardecer,
Não vi.
Saí contando os rastros,
de quem, não sei. Restou ao longe,
Sombras... 
Atravessando mais uma estação,
O inverno perseguindo lento o horizonte,
O que os meus olhos, verão,
Senão caminho, que eu não trilhei.
Caminho desejado,
Preso no passado, tirando a alegria dos meus pés.
Sensação inexplicável!
Como perder o que nunca se teve, não sei.
                   Eternamente incompleta, serei,
                   Carregarei em meu olhar triste,
          O afago que não recebi,
           A tua presença ausente,
          O teu desprezo por mim, sem que eu saiba o que eu fiz.
           Terei por castigo, a tua falta irreparável,
O amor que se foi sem um porquê.
Do café que eu não tomei,
ficou um amargo gosto em minha boca.
Nos lábios meus,
todos os beijos que eu não dei,
terão o gosto do que eu não esqueci.
De tanto te amar,
Sei, para sempre te perdi.
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 31/05/2017
Reeditado em 01/06/2017
Código do texto: T6014926
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