Mulher e menina
Nasci, cresci, fui menina, tornei-me adolescente, fiz-me uma mulher, fui mãe, e ainda continuo a ser uma menina. Sim, uma menina, porque apesar de ser mulher adulta, meu espírito é jovem, e quando me vejo ao espelho não vejo a mulher madura que sou, mas a menina que em mim vive ainda. E na maior parte das vezes ainda me sinto tão, tão menina. Olho a vida, de uma maneira esperançosa, rara é a vez em que me desespero, e isso porque tenho uma fé enorme no Criador da vida. Tive um primeiro mundo, onde habitava eu e outros, era um mundo complicado, então criei um outro mundo, aquele onde habitam as almas de coração e as de aprendizagem. È um mundo que me apraz, um mundo que eu construí com o companheirismo e o amor dos que me envolvem e que me amam. São pessoas, anjos sem asas, gente que me toca a alma e o coração, pois estão sempre comigo, cuidando-me e amando-me. Mesmo assim, em certas alturas da minha vida, sinto-me tão sozinha, tão solitária, apesar de tão acompanhada, mas penso que talvez seja porque eu própria crio esse meu “ canto”. Por necessidade, por libertação, não sei, sei sim, que necessito desse “canto” de vez em quando. Nesse canto, vejo-me menina, a minha inocência, minha essência, é única, e eu encontro-me mais profundamente com Deus, o silêncio é sublime e eu conto-lhe, em sussurro o que nem a mim mesma, muitas vezes quero aceitar. Menina que sou, Deus deixa que eu descanse em Seu divino regaço de amor, e mais uma vez eu vejo e creio que Deus nunca está a mais, Sua presença é suprema na minha vida e só a Sua presença é que me importa ter sempre, eternamente…