Auto-flagelo
Se há uma coisa que tenho aprendido com a vida, é o quão valiosos podem ser os momentos de crise, revolta e solidão. Ao final de tudo, para alguma coisa, todos esses momentos difíceis certamente servirão...
É nesses momentos em que mais valorizo meu silêncio, minha ausência e que por vezes até solicito minha presença aqui nesse planeta... É nesses momentos que mais me analiso, me critico, me defendo, me auto-flagelo... Ora, sinto uma pena danada de mim... Logo em seguida sinto ódio, raiva e uma vontade danada de dar uns tabefes em mim mesma... Certas vezes, eu até mereço... Mas passa. Tudo passa. Os momentos bons, os ruins, os de revolta...
Eu sempre me perdoo. Volto atrás em velhas teorias, depois, levanto minha cabeça, enxugo minhas lágrimas, acaricio meu rosto, me olho no espelho e faço as pazes comigo. Sou uma boa pessoa, apesar dos inúmeros defeitos. Esses são os acertos necessários entre o Meu Eu comigo mesma. Pode até demorar, mas uma hora, isso acaba acontecendo e a gente se entendendo...
Posso cair, me espatifar no chão e ficar em mil pedacinhos, mas depois me levanto, devagar recolho meus cacos, junto meus pedaços como num quebra-cabeças e meio capenga, sigo vivendo... Ninguém disse que, uma vez aqui nesse mundo, tudo seria fácil ou que não teríamos decepções... Se tiver que chorar, eu choro, sofro, mas nunca deixarei de viver tudo intensamente. Bem da forma que mereço viver. Se der errado, deu, paciência... Mas é melhor sofrer pelo que se viveu, do que sofrer imaginando como poderia ter sido... Ao menos eu vivi. A cada dia, tenho aprendido que o importante é se amar e tentar se entender, se aceitar e ser feliz, bem do jeitinho que é...