Eu preciso contar para todo mundo
que eu não sou louco,
apenas odeio a normalidade.
Eu preciso contar que não sou mentiroso,
só faço da minha vida uma receita de bolo ao ar livre.
Eu preciso contar que sou dedo podre em relacionamento,
mas que também tenho culpa em cada machucado.
Eu tenho necessidade de contar quem sou, para onde vou e o que quero, mesmo me dizendo que o segredo é a arma do sucesso.
Eu preciso falar de mim para não falar dos outros,
preciso falar das minhas idéias para não julgar quem me julga,
preciso amar o próximo e gritar que não tenho vergonha de fazer mais pelos os outros que a mim.
Eu preciso dizer que minhas palavras não são de convencimento nem de modéstias - são as flores mais lindas que colho no jardim da minha solidão.
Preciso abraçar sem desejar,
abraçar desejando também,
cutucar a ferida,
inventar histórias com personagens reais
e fazer da minha vida uma melodia estranha de ser entendida.
Eu preciso ser dramático para poetizar,
romântico para aprender,
e amar para nunca mais parar de escrever.
Eu preciso escrever sobre mim para não me sufocar em ideologias cruéis,
Nadar em águas límpidas cantando para não me afogar em lama sem pedir socorro,
E correr no bosque antes que os prédios ocupem as florestas.
Eu preciso obedecer meus melhores amigos (inspiração e criatividade) e fazer desta união um elo eterno.
Preciso inspirar versos e expirar rimas.