Teorizando os abraços e as almas.
22 de maio de 2017, 22:09
Cada vez que dou um abraço esperado como esse, tenho mais certeza de que a alma está nos braços; braços capazes de aconchegar todo o universo.
O fantástico está no fato, de que ao abraçar, as almas transpassam uma a outra. Quando olhamos nos olhos de alguém, demoradamente, vemos a alma; quando abraçamos, a sentimos. Sim, só se sente com alma, em contato de outra alma.
As almas expressam-se nos abraços. Há abraço de desejo, geralmente, e se houver sorte, antecede o beijo; abraço de felicidade, esse é um dos melhores; há abraço de tristeza, que desencadeia ou acalma o choro; há abraço de despedida, por vezes é silencioso, mas ainda assim, diz muito; há abraço de saudade, talvez o mais forte. Neste, as almas deixam ver alegria e talvez desejo, junto de lembranças da tristeza da despedida. O abraço de despedida também é muito marcante, pois nele as almas ficam contidas num desejar incessante, um "não vá" eterno, um "permaneça aqui" em meus braços. Diga-me, amigo, se essa teoria é loucura, ou tem um fundo de sentido; mas só me diga, se tiver ao menos um abraço, em que a alma de outrem tiver sentido.