Amor e infância
Amar deve ser virar criança outra vez.,
É brincar com almofadas,
É vestir a roupa do outro,
É ser sem-vergonha, sem malícias,
É voltar ao tempo da ingenuidade,
Sorrir sem pedir nada em troca.
Doar-se esperando um sorriso,
E fazer beiço se não conseguir.
É gargalhar até sentir dor na barriga,
É na flatulência, ouvir o som alto, inesperado,
E fazer cara de quem não fez nada.
Apostar corrida,
Brincar de esconde-esconde e ganhar um beijo quando se acha.
É ficar de castigo preso à cama,
E fantasiar, fantasiar....
É esperar que lhe façam o prato e que,
mesmo já grandinha, botarem-lhe colheradas na boca fazendo aviãozinho.
É brincar de médico com Residência Médica completa;
É conhecer a Tipografia do campo em que se tateia
dedo a dedo,
Palmo a palmo.
É “a incontestável leveza do ser”
Porque amar é virar bexiga no ar...
E levitar para o infinito.