Sétimo inferno
Aquele homem se calou até não existir mais
Talvez aquele homem jamais tenha existido
Não é possível que tudo tenha sido mentira
Também não é possível que tenha sido verdade
Ainda escuto sua voz na memória da minha emoção
Através da sua lembrança chego ao prazer absoluto
Depois só resta silêncio e a agonia da ausência
Estou misturada à chuva, estou gotejando saudade
Nada há para causar inquietude na sua alma calma
Aquele rio de mel se transformou num leito seco
Aquelas lindas palavras eram apenas letras ocas
Consegui absorver o ataque atômico ao meu coração
Não entendi racionalmente o motivo para a guerra
Lembrá-lo me entristece, esquecê-lo é impossível
O escondo atrás da porta, mas escapa pelos vãos
Inunda-me pouco a pouco e me sufoco naquele amor
Amor não tem pena de morte, a sentença é mais atroz
É condenação a prisão perpétua absque conversione
Da única janela da minha cela, atirei uma garrafa com um bilhete, mas aquele homem nunca mais olhou para o rio e nem para o mar, quem leu a mensagem foi a pessoa errada...