Ela não sabia que era menina...

Ela não sabia que era menina, que tinha o mundo aos seus pés, que podia fazer a lua sorrir apenas com sua presença, por horas se olha no espelho, imaginando como seria se tudo lhe fosse bem, ela não sabia, mas era menina e as coisas que lhe aconteciam iria lhe fazer uma mulher também, sempre buscava em um sorriso esconder as frustrações de uma prova não completada, um namorico não correspondido, estas eram suas frustrações, e nem se imaginava que era menina, queria apenas viver, e aos poucos se convencer que tudo terminaria bem, sempre com o mesmo sorriso inocente com meias malicias buscava apenas o seu bem, ela não sabia, mas era menina, e um sorriso como o seu, simplesmente... Não tem. Ela não sabia que alguém a olhava de longe, vagava em sua formosura e delicadeza, sonhava em um dia ser seu, quem sabe seu primeiro, único... Derradeiro. Sem nem ao menos imaginar que alguém já amava, seu jeito, menina, ela simplesmente seguia em frente, buscava curtir a vida, não igual, ou diferente. Quase sempre tinha um sorriso, aquele que derruba até a solidão, escondida em seu óculos escuro, quase não se via a cor do seu olhar, falavam que era cor de mél, mas era apenas especulação já que sempre estava encoberto esperando aquele amor que ela sonhou, ela não sabia, mas era menina, aquela mulher que alguém sonhou. Devagar seus sonhos foram frustrando, feito noite sem lua, a lua que ela amava agora já nem aparecia, ela não sabia mas deixou ir a menina, aquela, aquela que alguém amou. Seu olhar não tinha mais tanto brilho, aquele mesmo olhar cor de mél, somente seu admirador ficou, mas observando de longe, afinal, a menina que não sabia ser, nunca nem o olhou, estava além do que ele poderia sonhar, assim ele mesmo julgou, um sonho que não poderia alcançar. Ele não sabia, mas o amou, a menina, aquela dos olhos de mél, ela também olhava-lhe em segredo, e quando uma parte sua se foi, foi justo nele que ela pensou, ele não sabia, mas amava-o a menina, e isso não podiam compreender, que tudo seria diferente, se alguém tivesse falado, simplesmente seu jeito, menina, ele tivesse abordado. Mas agora já não tem valor, não podem mais consertar, ela menina, casou-se com outro, alguém que nem poderia lhe compreender, não no seu jeito, menina, mas que agora já sabia não ser. Ele ficou, olhando de longe aquela menina que já não existia, mas que amaria eternamente, em sonho era sempre menina, aquela que ele amou docemente. Ela com seus olhos cor de mél, mas agora sem brilho, seguiu para outro caminho, ela não sabia, mas era menina...

CJ