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Hoje foi um dia sem sol aparente, porque ele se escondeu entre as nuvens.

A lua cheia está lá e alumia a noite minguante.

O inverno quase invade tudo. O corpo treme e a alma trêmula.

A alma reformula a magia constantemente do tempo de seca que seca o que pode.

O templo do amor está intacto, não sofre o impacto das milhas na alma puída.

O lago sereno com ares de preguiça, guarda em segredo uma ebulição.

Há uma absolvição, não requerida, do pecado antes de ser cometido.

O inferno está sob a bênção divina; ele só existe por permissão celestial.

A natureza é obra do Universo e o útero não rejeita seu feto perfeito.

A gata come imediatamente sua cria mutilada para poupar uma vida inútil.

A sabedoria habita o sertão daquele olhar que vê a presença da lua na noite.

A melancolia aceita apática o fato de que dois polos iguais não se atraem.

O cansaço de ser uma agonia feliz reina soberano na certeza de ser eterno.

Algumas vezes o que parece ser gramado verdejante é apenas campo minado.

Está tudo perfeitamente na desordem necessária para a sobrevida mofada continuar...

Rose Stteffen
Enviado por Rose Stteffen em 16/05/2017
Código do texto: T6000232
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