[Perdas inoperantes — cansaço, cansaço afinal!]
Cansado, com ou sem razão de estar, ou nem sei de razoes...
É tudo um tédio sem fim... perdas que se esmaeceram, perderam o viço.
Perda que não mais dói deixou ter função.
De que me serve uma perda inoperante?!
Não me rende nem o calorzinho de uma lágrima na face!
Se eu te chamar de "perda inoperante" será uma ofensa? Desprezo supremo?
Miolo-de-pote... hoje — qual hoje não importa! — eu estou cansado de me sentir assim, como uma inutilidade de cisco varrido da festa de ontem à noite nesse puteiro de 8 milhões e 500 mil quilômetros quadrados! Ah Cazuza, que falta nos fazes!
Ah, por aqui até as perdas apodrecem e já não servem como motor de buscas, de desejo de cura, de renovação — pronto, eles venceram, estrangeiros podem invadir, enfrentem por nós os nossos criminosos — terminem o grande saque!
Cansaço, cansaço, cansaço afinal!
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[Desterro, 07 de maio de 2017, às 23h15]