A cada amanhecer
Aprisiono
Os sons que teimosamente insistem
em se fazer ruidosos.
Estrangulo
as palavras na ponta dos dedos
retendo-as na palma das minhas mãos.
Perfumo
meu corpo com o cheiro das rosas
colhidas ao entardecer.
Embalo
meu corpo ao som de uma sinfonia de Beethoven
e danço com ela a valsa da vida.
Fito
a lua á procura de paz
e o silêncio desejado.
Mitigo
as angustias e os desejos
Fecho
a porta por momentos
ao sol escaldante
das emoções e das paixões
Faço
um pacto de cumplicidade com a lua
e amanheço em mim o silêncio
na luz pálida e serena
da lua cheia.
Embriago-me
dessa claridade imensa
que ilumina meu espirito.
Voo
nesse céu azul
da minha inocência
e procura a renovação
dos sentidos
A cada amanhecer...