Ah, a esperança!
Levo minh'alma tanta que tropeço, como um poema pálido no escuro. Rasgado pelo tempo, perco da pele o cheiro verde da infância mas me desato ao vento que me houver - Ah, a esperança! um desejo leve que ao pular o muro bate contra o tempo (pois todo sempre é muito pra lembrar, e longe, e tanto). As pequenas distâncias me acontecem mais, as que irei lembrar se nada acontecer, com o espanto que se tem do amor ao descoberto. Se acredito no amor? Oras! se atente! vês a chuva? eu ouço nas telhas o pingo de cada estrela.