O retorno de Ícaro
Durante anos preso
As minhas asas amarradas
Mas timidamente vivas
Mexiam-se discretas
Para assim não atrofiarem
A luz por entre os vários vidros
Chega ao ponto perfeito
E começa a queimar
O tecido que as prende
Um processo lento e doloroso
Ainda sim com certeza
De que iria funcionar
Iria trazer o céu e as nuvens
Para as minhas asas
Logo chega o momento derradeiro
Que fugirei de meu cárcere
Puxarei meu algoz para alto nos céus
E o largarei
Para que ele finalmente
Se afogue no mar
Das próprias palavras vis