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Sempre tive medo do mar era como olhar um universo em guerra no silencio, saber que todo um reino nasce e desaparece sem que consigamos notar me é fascinante e assustador.
Deixarei aqui minhas leves pegadas
Não na esperança de não ser esquecido
Mas na ilusão de deixar a minha marca
Caminhando por linhas tortas lhe envio este lamento
Por não poder lhe mostrar o que sinto
Se não chego em carne lhe acompanho com as palavras
Não há explicações e lagrimas suficientes para demonstrar a minha dor
Vencido por mais um não da vida, caminho passo a passo
Mas faria sentido seguir em frente? Teríamos alguma razão para fazer o que fazemos
Fazer acontecer, desejar bem forte, palavras doces com um sabor amargo
O amargo da falha, alguns dirão que é obra do acaso
Ou que isso é natural, faz parte da vida!
Que se dane a natureza, eu quero e não vou esperar pelo imponderável
Então, a atitude correta seria largar tudo e ir, mas a gente só faz o que pode
Talvez o meu maior medo seja não saber o que posso
E só buscar o que posso então ando em círculos incompletos
A intuição diz que posso mais a razão diz que posso menos
E assim fico metade de mim mesmo
Queria poder marcar com coisas inteligentes ou palavras importantes
Mas nenhuma palavra seria mais importante do que estar ai
Grito aos quatro ventos que lhe tirem o juízo ou a mandem para mim
E tudo parece tão insignificante diante da imensidão das estrelas