O Modo Como me Tomas.

Inundada

Pelo beijo do teu amor. Arrastada,

Pela violência do teu ciúmes. Flagelada,

Pela indecência de tuas palavras. Largada,

À beira dos teus contratempos. Derrotada,

Pelos parênteses de teus abismos. Abandonada,

A todo o pano de tuas velas. Concorrida,

Por entre a vastidão de todos ps teus mares. Odiada,

Nas entrelinhas dos teus estrabismos. Amargurada,

Pela criação dos filhos nossos. Despida,

Diante da multidão de teus ecos. Reprimida,

Diante do eco de tua voz. Calada,

Por entre os raios de tuas multidões. Desarmada,

Dentro da surdez por teus berros. Agora gritante,

Diante da dor de não te poder. Angustiada,

Segurar todo teu horror. Agonizando,

Pelo porvir do teu desastre. Destruída,

Pelo peso grande to teu amor. Quebrada,

Dentro da insegurança dos teus vales. Segurada,

Nos teus rochedos e pedregulhos. Agarrada,

Nos paredões de tuas montanhas. Rodeada,

Na correnteza dos teus riachos. Enfraquecida,

Na luta contra a corrente da tua força. Extraviada,

Nas corridas dos teus rebanhos. Cansada,

Por não te poder mais, nunca mais. Extinguida,

Por não conseguir te segurar. De todo, exaurida,

Pela perdição de te acompanhar.

_Carolina Oliveira