Duas Asas
Quem dera eu fosse um anjo com duas asas,
uma pra ir, outra pra, ao interior do coração, voltar...
Abriria as janelas do espaço de mim mesma
e faria incursões profundas em busca
da luz que me atiça a alma.
Simples assim:
um rodopio cadenciado,
um balé de duas asas
nos braços iluminados da vida.
Me debruçaria - querida -
sobre a face de nuvens de sonhos
auscultando cada um,
me detendo demoradamente
diante do inusitado de sentimentos,
do extraordinário das descobertas,
dos desejos mais profundos que
palpitam poemas no tempo que escreve...
Quem dera tivesse duas asas...
uma pra ir, outra - pra sempre -,
num rodopio, num balé cadenciado de sonhos,
ao lugar de onde sou, ficar...