Carrinho de mão
Carrinho de mão
Nesta velha nostalgia
a vida me eleva e guia.
A ilusão me enleva então
ao antigo carrinho de mão.
Era pequenino demais tempos atrás.
Pedia ao meu mais querido ídolo, meu pai.
O qual me atendia com préstimo amorável demais.
O que queres querido filho? Que vires o carro pra mim.
Imagine um carrinho de mão virado de cabeça pra baixo.
E o velho ancião aqui a brincar de motorista de caminhão
com a roda daquele carro feito em madeira pelo meu pai.
Inocente cabeça de criança, não trocaria jamais
aquela velha carcaça pelo melhor brinquedo
da praça, pois, somente nele achava graça.
Velho ancião a redundar carrinho de mão.
Era tão feliz, daria tudo o que quis
por aquele eterno momento
feliz, sem o menor lamento.
Fora um momento feliz.
Agora pra lá dos setenta
vejo o valor humano
carregado de ilusão
em falsa ideia
de aumento
no coração.
A vida passou
a deixar essa lembrança
a qual em minha mente soou.
Mas a grande felicidade ficou.
Lembrança de simples criança.
Chego até pensar que sou feliz,
porém, agora vejo que nada fiz.
Não tenho nem um velho carrinho
de mão feito pelo meu pai
para puxar pelo rabo.
jbcampos